Conheça esta História



Cuidar, Um Grande Desafio.

M.A., 34 anos, desempregado. Separado, 2 filhos adolescentes, alcoolista, portador de tuberculose, morando com sua família de 8 pessoas, incluindo um bebê de 1 ano e uma adolescente  grávida, em uma casa sem janelas, escura, completamente abafada e sem ventilação, não recebendo os raios do sol.
Ao descobrir a doença, preparamos uma estratégia de ação de “guerra”. Todos os membros da casa fizeram RX e alguns também o escarro.
Por sorte, todos com resultado negativo.
Através da Regulação, conseguimos a  internação para M.A.

Quando a ambulância chegou, M.A. não estava em casa e para não perder a vaga fizemos contato a mãe saímos a busca de M.A.  já que ele estava em outra comunidade. A médica  da Unidade pegou o seu carro e fomos a captura de M.A., enquanto o restante da  equipe ficou servindo cafezinho, a fim de manter a ambulância esperando.
Deu tudo certo e M.A. foi internado, ficando 20 dias.
Toda a equipe ficou feliz porque na medida do possível o DOT estava ocorrendo tranquilamente , mesmo ele indo todos os dias para a outra comunidade para beber.
No último mês de tratamento, foi feita uma cultura e, para tristeza da equipe, o nosso querido M.A.  não estava curado porque o bacilo era resistente, logo teria que recomeçar o tratamento.
A equipe se reuniu e analisou : onde ocorreu o erro? Ficou um sentimento de fracasso e de impotência, já que tinha se tentado de tudo para sanar este caso, como internações, conversas com a família na Unidade, visitas da médica , do ACS quase todos os dias, encaminhamento para a psicologia, contato com o CAPSad  onde a família não queria levá-lo, então o coloquei no carro junto a outra ACS e o deixamos no CAPSad.
Depois desse momento de reflexão, arregaçamos as mangas e recomeçamos a batalha.
A médica da Unidade entrou em contato com a CAP, onde foi orientada a marcar consulta no Hospital dos Servidores. M.A. foi a consulta com sua mãe e lá recebeu toda a orientação e informações sobre o novo tratamento.
Todos os membros da família refizeram os RX , que, mais uma vez estavam OK, mas os PPDs deram resultado altíssimo em todos eles, inclusive no bebê e na gestante.
Como a nossa Unidade não recebe a isoniazida para fazer a profilaxia dos contactantes, tiveram que receber o medicamento em outra Unidade.
Mais uma vez, a médica fez uma visita domiciliar e reforçou todas as orientações que M.A. recebeu. Neste mesmo dia, bem na frente da ACS, médica e sua mãe, M.A. tomou o medicamento comendo uma banana para ajudar a engolir mas tive uma ligeira impressão que os 10 comprimidos estavam escondidos em sua bochecha ou debaixo da língua, porém parecia impossível.
No dia observei que realmente ele estava “guardando” na bochecha. Agora ele tem que abrir a boca, levantar a língua, conversar na hora da medicação.
M.A. teve uma crise muito forte de dores no estômago. E mais uma vez, pela Regulação conseguimos internação no Hospital de Acari e depois, outra no Hospital da Ilha do governador (especializado em álcool e drogas).
O tempo foi passando e entre uma crise e outra,  foi sendo administrado o tratamento. M.A. continuou a ter consultas junto ao H. dos Servidores.
Até que um dia, percebemos  que M.A. estava muito magro , então a equipe se reuniu para tentar uma estratégia de como reverter  este quadro.
Entre uma idéia e outra acordamos  que, cada mês um membro da equipe compraria Sustagen e leite em pó para ajudar na recuperação de M.A.
Como estava previsto, sucesso! M.A. engordou 8 quilos. Foi uma festa.
M.A. já responde as perguntas de modo racional , ou seja, com entendimento. Já não está mais alheio aos assuntos ou as pessoas a sua volta, como antes.
Numa sexta feira,  esqueci  de liberar o medicamento para o fim-de-semana  e,  na mesma hora que me despedia ele me lembrou da medicação. Foi o máximo!
Procurando sempre uma forma de melhorar a auto-estima de M.A., suas unhas quando estão grandes, são cortadas na Unidade, é elogiado por toda equipe a cada cuidado com si mesmo , como um novo corte de cabelo.
Com a aproximação do aniversário de M.A. foi pensado que talvez uma este seria um fator importante para ele, já que ele não tinha certeza de qual seria a sua idade certa, o que para nós demonstrava que era uma data não lembrada.
Pela manhã, no dia do seu aniversário, o chamamos até a nossa sala de reuniões e cantamos pra ele. Havia bolo, docinhos, suco, café, pães, queijos. M.A. ficou estarrecido, paralisado, não podia acreditar que aquilo era para ele - “achando que estava sonhando” – disse M.A.
O tratamento continua. A Equipe ainda ETA batalhando, mesmo com as deficiências do sistema e com a pouca força da Unidade, a Equipe optou em cuidar com humanização, tentando dar dignidade a um ser humano que, talvez, sem apoio não estivesse entre nós há muito tempo.
Cuidar é empenho, empatia, é “estar com”, é fazer a diferença.            
                                                                                                                                                                   


                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     




CASO EMBLEMÁTICO
  • Senhor Manoel
  • Profissão: Pintor
  • Idade: 64 anos




ALCOOLISTA





TABAGISTA



                           

                           SEDENTÁRIO





VIVE SOZINHO E EM SITUAÇÃO INSALUBRE



   
      SEMPRE CORRENDO COM MUITOS SERVIÇOS





NUNCA TEM TEMPO PARA ATENDER O AGENTE DE SAÚDE







APÓS MUITA INSISTÊNCIA, CONCORDA EM IR À CONSULTA




                           PERSISTÊNCIA

Porém não comparece e a história se repete por três vezes. Durante a próxima visita Senhor Manoel encontrava-se menos resistente e falante e então relata que já não enxerga do olho direito, logo a equipe tecnica é acionada, pois ele precisa de um oftmalmologista com urgência. Sr Manoel então é mais um integrante do SISREG. O ACS sensibilizada, consegue através de conhecimento, uma consulta no Instituto Benjamim Constant, mas já é tarde......









Seu Manoel sofre de glaucoma, o olho direito já não tem mais jeito e o esquerdo está bem comprometido.






                                 REDE


Uma rede é formada, moradores se revezam na alimentação e nos horários dos medicamentos, pois seu Manoel também é hipertenso. A assistente Social (NASF) consegue um benefício junto a Secretaria de Qualidade de Vida e aciona o Ministério Público, já que seu Manoel não quer que chame seus familiares. Um multirão é realizado para construir uma nova casa.



                              FRUSTRAÇÃO
                                  
No entanto, todos os esforços não são valorizados, uma vez que seu Manoel não quer ajuda , está sempre mau humorado e irredutível em relação à sua família. E o Instituto Benjamim Constant só faz a cirurgia se alguém se responsabilizar, e agora? O tempo passa, a família é encontrada, porém não quer saber de Manuel que continua fumando e bebendo.


                        O INIMIGO TEMPO 

Logo seu Manoel perde também a visão do olho esquerdo e tem um AVC e um vizinho resolve acolhê-lo em sua casa, mas por pouco tempo, porque mais uma vez ele é acometido por um AVC e desta vez fica acamado, porém o vizinho relata que não tem como cuidar de seu Manoel. 





INTERNAÇÃO 

Seu Manoel é internado em um Hospital de geriatria, onde se encontra até os dias de hoje, 3 meses depois.

                                                  Agente de saúde: Rosimere Arruda

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UMA HISTÓRIA DE ÊXITO

"A persistência é o menor caminho do êxito."
Charles Chaplin



 Para contar uma história de êxito, vou compartilhar algo que pude presenciar ao longo de minha caminhada como Agente de Saúde.




 
          Tudo começou quando me vi diante de um grande desafio: descobrir qual morador havia se mudado para aquela residência, pois um vizinho disse ter visto chegar uma mudança. Durante três meses tentei visitar, porém ninguém me atendia. Um belo dia, depois de muita persistência, notei uma brecha na janela e ela não pôde fugir e me atendeu.







           A.V.M. 19 anos, nordestina, morando com seu namorado que conheceu na infância, porém até então só se comunicavam por correspondência, logo, não se conheciam muito bem. A.V.M. vivia trancada, via vultos, tinha medo de tudo, vivia em total silêncio, tanto que sua vizinha do andar de cima alegava qua na casa não havia ninguém. Além disso, sofria de Toque ( transtorno obsessivo compulsivo), chegando a ter quatro pares de chinelo, que serviam cada um para os quatro cômodos diferentes da casa. Quando a conheci, percebi que seus dentes estavam todos cariados, sentia dores fortes de cabeça, mas não queria atendimento médico.




              
      
          Conforme o processo de vínculo foi se estreitando, consegui convencê-la a buscar tratamento odontológico e psicológico, ancaminhando-a para o matriciamento de psiquiatria  no CMS CASA BRANCA. Depois de superar seus primeiros medos, a aconselhei a manter a casa aberta e arejada, conhecer a vizinhança e a procurar um emprego. Ela começou a trabalhar e passou a ser uma pessoa sociável e mais feliz. 






Depois que o tratamento acabou, (e teve um ótimo resultado), A.V.M. engravidou, e hoje temos um vínculo muito além da linha profissional, pois até mesmo sua filha se diz ser minha neta, e hoje nos consideramos AMIGAS.


Agente de saúde: Mary Guedes



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